Opinião – Margarida Sá Pires

Sou professora do 3º ciclo e secundário. Sempre achei que gostaria de ser professora do 1º ciclo, pois eles são mais jovens e a intervenção do professor tem maior significado, conhecem os seus alunos nas suas várias vertentes como um todo, têm uma ligação mais próxima com os pais (só em conjunto com os pais se conseguem transformações), e o que eu mais gostava, é que se pode ensinar matemática com actividade física, português com música, e estudo do meio com artes plásticas. Tenho MUITA dificuldade em conceber um saber por gavetas no 1º ciclo, ‘copiando’ o modelo dos ciclos seguintes, e destruindo essa mais valia, do professor DECIDIR quando, onde, e quando ensinar o quê.. Sou professora de educação física e sou das poucas que discorda que seja dada no 1º ciclo por especialistas. Na formação de professores do 1º ciclo deveriam ter formação para desenvolver habilidades motoras básicas e essenciais nos seus alunos, mas mais importante ainda, capacitar com estratégias para que através do movimento os alunos pudessem aprender outras matérias, e relacionar com os outros, respeitando-os.

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Agit-Prop

Numa recente acção do género junto dos professores, o grande educador para o sucesso despejou alguns números sobre os presentes: menos 5000 alunos, mais 15000 professores no sistema, este ano lectivo. Até pode ser verdade… como sabemos só os eleitos do regime têm acesso a estes números em primeira mão para poderem espantar o povoléu…

Se é melhor mais dinheiro do que menos? Depende da alocação, como alguns dizem… porque eu concordo que, em certas situações, o dinheiro pode ser muito mal empregue. Por exemplo, a financiar o desempoeiramento de sebentas formativas do século passado, para recompensar prosélitos.

Escolas recebem mais 32 milhões de euros para travar insucesso escolar

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Fonte: Agit-Prop