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É, provavelmente, entre as frases que vão fazendo “moda”, a mais hipócrita, a mais pérfida e a mais injusta. Divido os que a usam em dois grupos: os professores e os demais. Relativamente a estes, ainda vou tendo alguma paciência (alguns não saberão o que dizem); já quanto aos primeiros a minha tolerância é zero.
Na escola pública atual, os professores fazem das tripas coração para que os seus alunos (todos os seus alunos) tenham sucesso na sua aprendizagem: fazem o pino na sala de aula, compreendem e aceitam muito mais do que é seu dever, produzem imensos materiais pedagógicos, dedicam rios de tempo (do seu tempo pessoal) aos alunos, prestam todo o tipo de apoios, tentam auxiliá-los mesmo na sua vida familiar, estão em constante contacto com os encarregados de educação (muitas vezes à noite, a partir de casa), adaptam os currículos e a avaliação ao perfil de funcionalidade dos alunos que têm dificuldades de aprendizagem, contabilizam tudo o que podem para que os alunos sejam favorecidos na avaliação… Só quem ignora esta realidade ou quem é muito mal-intencionado pode dizer uma tal barbaridade. É por isso que não desculpo a nenhum professor essa venenosa afirmação. É demasiado injusta e inadmissivelmente ofensiva para a classe docente. Podemos ter muitos defeitos (e temos), mas não temos esse de deixar os alunos para trás.
Querer alcançar o objetivo do “sucesso total” não justifica tudo. Que a politicagem e seus acólitos o façam já não espanta ninguém (o contrário é que seria surpreendente), mas que sejam os próprios docentes a reproduzir essa anormalidade, isso, sim, deixa-me perplexo, agoniado, à beira da erupção…
Luís Costa