A Educação pela Noruega – Paulo Guinote

Um dos maiores falhanços foi o do projeto do chamado ensino rotativo em carrossel sem horários e turmas: em vez de os professores rodarem o dia inteiro pelas turmas para ensinar os alunos, eram os alunos que rodavam de livre vontade como num carrossel pelas salas de aula onde cada professor ensinava a mesma disciplina o dia inteiro…

O projeto foi abandonado quase tão depressa como surgiu…

Um outro projeto, atualmente em curso revela-se bastante mais promissor. Quatro escolas norueguesas, onde nada parecia conseguir melhorar níveis crónicos de notas muito abaixo da média nacional, decidiram olhar para o programa de ensino da vizinha Rússia, e ver o que acontecia.

Os professores noruegueses foram aprender a lecionar à moda russa com colegas russos, e refizeram por completo os programas e livros escolares para adaptá-los ao método pedagógico russo. O método russo resultou numa rápida e formidável melhoria de notas, em particular na pior disciplina de todas: a matemática.

Em poucos meses, as quatro escolas com a metodologia russa têm as melhores notas de matemática da Noruega, graças a programas curriculares que em vez da busca constante da resposta correta e a penalização da resposta errada, puxam pela criatividade participativa dos alunos e a lógica de pensamento por trás da solução correta de problemas.

O sistema russo caracteriza-se também pelo forte respeito pelos professores, regras rigorosas de comportamento na escola, e reintrodução de disciplinas avançadas como a álgebra e tarefas complicadas logo na primeira classe.

Menos desenhos e brincadeira, e mais exercícios e trabalhos de casa, a par da gestão da escola devolvida inteiramente aos professores, estão a fazer do projeto piloto russo um exemplo raro de sucesso no sistema de ensino da Noruega.

 

Fonte: A Educação pela Noruega

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