José Guedes Autor
HÁ 1 HORA · PÚBLICO
Caro Rodrigo Moita de Deus, venho por este meio agradecer-lhe publicamente as piedosas considerações que me dirigiu recentemente no programa O Último Apaga a Luz, emitido na RTP3, e que tão mal acolhidas foram por muitos dos meus colegas, porventura menos familiarizados do que eu com as cumeadas subtilezas da lingua portuguesa.
Enfim, talvez o Rodrigo não tenha querido referir-se a mim em particular, mas far-me-á decerto a justiça de reconhecer que, na minha qualidade de professor — e miserável — me sinta autorizado a endereçar-lhe umas palavrinhas de resposta.
Antes de mais, cabe-me prestar um esclarecimento relativo ao grande obstáculo que começou por constituir a sua identificação. É que, numa deplorável manifestação de ignorância, da qual humildemente me penitencio, eu desconhecia tudo a seu respeito — o caricatural nome, a extraordinária obra, o sofisticado blog. Nada, porém, que uma consulta à internet não me permitisse remediar, a despeito das consideráveis limitações intelectuais que a minha condição de docente do ensino público me impõem enquanto utilizador das novas tecnologias.
Isto esclarecido, rogo-lhe que me perdoe a inopinada abordagem. Acredite, Rodrigo, sou uma pessoa reservada. Não tenho por hábito falar com estranhos, e menos ainda escrever-lhes. As suas corajosas afirmações impuseram-se porém ao meu conhecimento com a inelutável veemência de um fedor. Como quando colamos inadvertidamente à sola do sapato um pedaço de massa pastosa que apenas um rafeiro que não frequentou o St Julians poderia ter deixado no passeio.
Mas sinto que tergiverso. Retomo, pois, sem delongas o fio à meada. Estranhou porventura algum leitor menos esclarecido que não tenha endereçado esta carta ao escritor que dizem ser o Rodrigo, e sim ao traficante que ninguém suspeitará em si. Sei no entanto que o Rodrigo me entendeu perfeitamente, pois dou por adquirido que o seu superior domínio da língua de Vieira lhe permitiu alcançar o significado integral do elogio que discretamente lhe dirijo quando o trato por traficante.
Bem vê, até um professor do ensino público consegue esporadicamente roubar uns segundos da atenção que habitualmente vota inteira à defesa dos interesses da sua corporação para consultar o Priberam. O qual refere, preto no branco, que traficante significa negociante. E na sua qualidade de bloguista e escritor, polemista televisivo e especialista em generalidades, o que é o Rodrigo senão um negociante, isto é, um traficante?
— De palavras, bem entendido.
É certo que o mesmo dicionário adverte para o facto de ser «pouco frequente» a utilização de traficante na aceção de negociante. Mas isso só poderia desmobilizar um espírito menos afeito à exploração das minudências semânticas. Por exemplo, alguém que, recebendo um epíteto tão sinuosamente elogioso como miserável, e por não reconhecer na palavra mais do que o seu insultuoso sentido mais vulgar («que não tem valor, insignificante, reles», «ínfimo»), reagisse com o desastrado estrépito de um ignaro. Temo até que uma tal criatura encontrasse, digamos, no seu nome, o pretexto para um trocadilho boçal, do tipo: «Ó Rodrigo, e se fosses mas era cagar sentenças atrás de uma Moita? Por amor de Deus!…»
Não tema, não é o meu caso. Conheço o meu lugar. Não ouso assumir-me, como o Rodrigo, um «social marialva», e Deus sabe que nunca arriscaria ser «monárquico», ainda que na qualidade de «não praticante». Não me considero sequer um «ativista militante» (embora, para ser sincero, não faça a mínima ideia do que isso possa pretender ser).
Insignificante como sou, ao contrário de si, nunca conheci a glória de uma detenção. Em comum teremos apenas o facto de ambos sermos pais de três rapazes (a que eu somo ainda uma rapariga) e, vamos lá, talvez a irreverência. Embora a minha não me tenha trazido reconhecimento, antes concorreu decisivamente para o meu anonimato.
Eis porque, num assomo esforçado que em muito excedia as minhas possibilidades, lobriguei no «miserável» que me dirigiu o significado piedoso de: aquele «que vive na miséria», «que desperta compaixão», «desgraçado», infeliz», «mísero». E que outra coisa poderia eu ser quando caminho para o décimo ano de congelamento na carreira? Quando aufiro ainda hoje, mensalmente, após todas as propaladas reposições, mais de quatrocentos Euros menos do que auferia em 2008? Sim, sou um miserável e só o Rodrigo teve a compaixão de o denunciar publicamente.
Não é pois de estranhar que se me humedeçam os olhos só de imaginar o desconforto que lhe terão produzido as intempestivas reações de tantos dos meus colegas às suas amáveis palavras, impregnadas daquela caridadezinha cristã tão característica das pessoas da sua linhagem.
É certo que algumas das suas afirmações carecem de… como dizer?, exatidão. Outras estão deslocadas da realidade e alguma raiará mesmo as bordas da ficção (com perdão da referência às bordas, cedência irresistível ao meu irremediável plebeísmo). Creia-me, não o soubesse eu uma pessoa séria e sumamente ilustrada, e facilmente cairia na tentação de pensar que o Rodrigo é um mentiroso sem escrúpulos, capaz de deturpar os factos apenas para fazer prevalecer o seu ponto de vista. Ou para brilhar num concurso de egos.
Pior ainda, poderia ser tentado a afirmar que o Rodrigo é o típico saloio da capital que retira um prazer onanista em chafurdar com deliciada inconsciência num pântano mediático de elogios interesseiros.
Mas eu não ignoro que só por distração o Rodrigo cai na simplicidade grotesca de afirmar que o facto de ser «pai, contribuinte e cidadão» o qualifica automaticamente para comentar os problemas da educação. Até porque ambos sabemos que o facto de alguém ser, digamos, gordo, comentador desportivo e benfiquista, não o habilita para dissertar sobre corrupção, do mesmo modo que um neto não se converte, pelo facto de o ser, num especialista em próteses da anca, nem um consumidor compulsivo de programas como aquele onde o Rodrigo escolheu dirigir-se a mim pode, só por isso, proclamar-se um detetor de imbecis.
Aliás, permita-me que abra aqui um parêntesis para estranhar que o monárquico Rodrigo tenha escolhido, para se definir, uma palavrinha tão prosaica e republicana como o é, inegavelmente, a palavra cidadão. Não seria o termo súbdito mais indicado para a designação da sua pessoa?
A propósito de monárquicos (as palavras são realmente como as cerejas!), o Rodrigo teve uma tirada de génio que só por isso evidencia a excelência do seu berço e a nobre linhagem ideológica donde provém. Foi quando o Rodrigo gritou sem tibiezas os extremos a que o obrigaram a minha vergonhosa incompetência, o meu absentismo contumaz: «Eu tive que pôr os meus filhos no privado!»
Valente e corajoso Rodrigo, embarga-se-me novamente a voz diante de tamanha manifestação de virilidade. Maria Antonieta não o disse melhor quando, com aquele superior sentido prático que distingue a realeza, sugeriu ao povo faminto que não se queixasse da falta de pão e fosse mas era comer brioches.
Mas voltando ao que me trouxe cá. Afirma o Rodrigo que as melhores escolas públicas «não comparam» com os melhores colégios. E acrescenta, em abono da sua tese, que o mesmo não se passa com as universidades, onde acontece haver alguns cursos de universidades públicas mais cotados do que os seus congéneres do ensino privado (alguns cursos, nunca é demais sublinhar). Daqui infere o Rodrigo de imediato que o problema reside da qualidade dos docentes de um e outro nível de ensino. Porque ao contrário dos professores universitários, os professores dos ensinos básico e secundário, isto é, nós, enfim, eu… gasto os dias a lastimar-me e a reclamar pelos cafés, alternando faltas fraudulentas com greves corporativistas.
Não sou ninguém para contradizer a sua abalizada opinião. Deixe porém que lhe faça notar que não parece especialmente honesto comparar cursos com escolas.
Permita-me até o arrojo de sugerir um critério alternativo: o de comparar o desempenho das universidades portuguesas no ranking das Universidades do mundo, e o das escolas públicas no ranking das escolas nacionais (ambos os dados reportando a 2016). E bem poderia o Rodrigo estar carregado de razão, considerando que a primeira escola pública do ensino secundário ostenta um discreto 35º lugar no ranking nacional, e que, no que se refere ao ensino básico, embora a situação melhore qualquer coisinha, não melhora contudo significativamente: um modesto 32º lugar.
Quando porém procuramos a universidade portuguesa mais bem classificada no ranking de Xangai (no caso a Universidade de Lisboa), verificamos que esta se encontra posicionada entre os lugares 151 e 200 (é assim que a classificação é servida, em lotes de 50 lugares). Vista desta forma já a coisa parece menos lustrosa, verdade?
Mas admitamos que o Rodrigo pretende manter a comparação no âmbito estritamente nacional. É justo. Como justo será equiparar então o que apenas pode ser equiparável. Como, por exemplo, o desempenho entre cursos universitários com o de duas disciplinas dos ensinos básico e secundário tidas por nucleares, Português e Matemática. Que me diz? Vamos a isso?
Comecemos pelos resultados dos exames nacionais do ensino básico. A Português, a melhor escola pública, a Escola Artística do Conservatório de Música, do Porto, obteve um 24º lugar no ranking nacional. Já a Matemática, a Escola Secundária Infanta dona Maria, de Coimbra, situou-se no 18º lugar. Quanto ao secundário, verificamos que a Escola Básica e Secundária de Vila Cova, Barcelos, obtém um distinto 5º lugar. E que, a Matemática, a Escola Básica e Secundária da Batalha alcançou um nada desprezível 9º lugar. E isto para não falarmos em Matemática Aplicada às Ciências Sociais (uma espécie de Matemática light, para totós como o Rodrigo e eu, que não tivemos andamento para fazer um curso a sério). Nesta disciplina, imagine o Rodrigo o despautério, não só a Escola Secundária Raul Proença, das Caldas da Rainha, ocupa um imodesto 2º lugar, como uma chuva de outras escolas públicas, que seria fastidioso identificar, fazem 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 10º, 11º, 12º, 13º, 14º, 16º, 17º, 19º, 20º… ufa! Só Deus sabe (não, Rodrigo, não me estou a referir a si) onde poderiam chegar estes alunos nas mãos de professores competentes!
Mas não valerá talvez a pena recalcar esta questão. Passemos, pois, adiante. A dado passo da sua corajosa intervenção, depois de recordar sumariamente uma quantidade humilhante de carências em diversas escolas públicas (falta de papel higiénico, de papel de impressão…), o Rodrigo, perguntou, com máscula indignação: «Onde raio é que está o dinheiro dos meus impostos?»
E como eu gostaria de poder responder-lhe, Rodrigo. Só sei que no meu bolso não está, pois parte muito significativa do meu exíguo regato salarial continua a alimentar o insaciável caudal das contas públicas. Mas tenho desde já uma sugestão a fazer-lhe: por que não pergunta aos seus colegas de partido com responsabilidades diretas e continuadas na governação de Portugal nos últimos 43 anos? Deixo-lhe algumas sugestões (e perdoar-me-á a abusiva familiaridade no trato com tão sacras figuras): vá perguntar ao Cavaco, ao Dias Loureiro, ao Duarte Lima, ao Durão Barroso, ao Passos Coelho. Como lhe disse, ignoro o paradeiro do dinheiro dos seus impostos, mas talvez possa encontrá-lo junto ao meu, nuns sítios mal frequentados onde alguns dos seus camaradas políticos o enterraram sem o meu consentimento: o BPN, a Portugal Telecom, o BES, o BANIF, a Tecnoforma…
E por falar em dinheiro. Queixa-se o Rodrigo, e não certamente sem razão: «Portugal é dos países que mais investem em educação, em percentagem do PIB». O quinto da Europa dos 28 (quase 27) para ser mais exato. Ainda assim, conclui, os resultados são miseráveis. O que aliás, num processo metonímico perfeitamente compreensível, o autoriza a chamar miseráveis aos professores.
Tenho boas notícias para si, Rodrigo. Os últimos resultados do PISA (única referência conhecida na matéria) indicam que Portugal conheceu uma melhoria em todos os parâmetros, tendo mesmo obtido, pela primeira vez, resultados significativamente superiores à média da OCDE em ciências e leitura. Ouviu bem, Rodrigo? «Resultados significativamente superiores»!
Também diminuíram sensivelmente as taxas de abandono escolar precoce, as percentagens de retenção, as de conclusão do ensino secundário, e até as do ensino superior. Patriota como o intuo, estou certo de que se regozijará com estas notícias, que o próprio Rodrigo poderia ter-se dado ao trabalho de recolher antes de abrir a boca. Mas aquele de nós que nunca sacrificou a verdade ao mot juste que atire a primeira bic, certo?
Mas não pense que esqueci a pertinente questão da despesa de educação em percentagem do PIB. Voltemos então a ela. Prometo desde já poupar o Rodrigo à maçada de invocações históricas pormenorizadas, decerto desnecessárias, tal a súmula de conhecimentos que pressinto que reúna sobre todas as matérias, conhecidas ou não.
Impõe-se porém recordar o óbvio: que o atraso na educação nacional é uma pesada herança que vimos carregando ao longo dos séculos. Aliás, alguns dos seus prováveis heróis de cabeceira, como D. Manuel I, ou D. Maria I, tiveram responsabilidades cimeiras no arrastar de uma situação que, tanto a monarquia constitucional, como a turbulenta Primeira República não lograram resolver, a despeito das retumbantes declarações de intenções em prol da «instrução pública».
Como o Rodrigo decerto bem saberá, tínhamos iniciado o século XX com uma percentagem de analfabetos na casa dos 85%, enquanto a Suécia já apresentava níveis de alfabetização da ordem dos 100%.
Escusado será dizer que o Estado Novo não logrou inverter a situação, não obstante alguns inegáveis progressos na frequência do ensino primário e a relativa proliferação dos seletivos liceus — onde, então sim, o Rodrigo já poderia, sem receios, pôr os filhos a estudar (mas sobre isso ainda falaremos).
Quando se deu a Revolução de abril, a percentagem de analfabetos em Portugal ainda rondava os 30%. Eis-nos, pois, perante uma corrida de fundo. Uma longa maratona de séculos. Portugal segue atrasado, ofegante e afogueado. Pode um atleta perdido no pelotão atingir a cabeça da corrida despendendo tantas ou até menos calorias do que os que seguem isolados na frente? É razoável, ou sequer inteligente fazer tão destrambelhada exigência? Percebeu agora o Rodrigo por que somos forçados a gastar mais do que outros com a educação em percentagem do PIB, atendendo a que os resultados de um atraso multissecular não podem ser neutralizados num ano, nem sequer numa ou duas décadas de esforços continuados?
Por favor, não se dê ao trabalho de responder. Sei que o Rodrigo é uma pessoa inteligente e só por leviana distração aceitou patrocinar um raciocínio tão primário e linear. Ah, Le mot juste, toujours le mot juste…
Creia-me, Rodrigo, ninguém como eu lastima o tempo que a leitura deste arrazoado lhe retira às suas altaneiras elucubrações. Receio até estar por esta via a impedi-lo de descobrir uma solução para o problema do aquecimento global, a cura contra o cancro, ou a maneira de fazer o Sporting campeão.
Apresto-me, pois, para dar esta epístola por concluída, não sem antes comentar, com a ligeireza a que apenas autorizam as minhas parcas capacidades, algumas das suas mais intrépidas afirmações.
Estranha o Rodrigo que os professores reclamem e lutem por direitos, quando «ser professor é uma vocação». De onde deve inferir-se: em primeiro lugar, que apenas algumas profissões pressupõem o privilégio de serem exercidas por vocação; em segundo, que aos ‘profissionais vocacionais’ está vedada a reclamação de direitos, por mais justos e elementares que eles possam ser.
Casto princípio. E tão sugestivamente retro! Por escassas décadas não chegava a tempo de ombrear com a interdição de casamento das telefonistas, a proibição do divórcio ou a impossibilidade de uma mulher viajar para o estrangeiro sem o consentimento do marido. Belos e honrados tempos, aqueles, em que ainda havia telefonistas! Que fecunda paz não gera sempre a pobreza conformada — desde que alheia, bem entendido!
Mas, hélas, quanto não pode a contemplação maravilhada das suas ideias! Perco-me de novo nas veredas da nostalgia. Retomo.
Riu-se ainda o Rodrigo das recorrentes lamúrias dos professores acerca de um alegado desgaste que a sua profissão comportará. E contrapôs, sem que lhe tremesse a voz varonil: Desgastante? «Desgastante é ser mineiro!»
Valente, másculo Rodrigo! Pressinto que a sua monárquica pessoa alberga um amante da festa brava. Burnout? Exaustão emocional? Depressão? Isso é conversa de gaja ou de larilas! Envergonhadamente me curvo diante dessa lógica de forcado. Enquanto professor, aliás desgastado, não me atrevo a entrar em concursos de virilidade com esses mineiros espadaúdos que o Rodrigo tanto idolatra. Lembre-me apenas de lhe enviar uma coletânea dos Village People pelo Natal.
Termino com uma questão: saberá o Rodrigo por que brilham nos rankings essas olorosas escolas privadas onde nunca falta papel — seja para tirar fotocópias, seja para limpar o rabo?
Porque esses inconvenientes dejetos pedagógicos que tanto comprometem as tabelas classificativas que o Rodrigo venera com fervor eugénico, são justamente rejeitados pelas escolas privadas.
E quando, por engano ou distração, algum desses empata-rankings se faz aceitar, logo é prontamente regurgitado para o ensino público, onde um vasto exército de miseráveis, como este humilde signatário, sacrifica o tempo, a saúde e, por vezes, a integridade física para lhes ministrar aquele módico de princípios e conhecimentos que permitem que o Rodrigo possa circular pelas ruas sem riscos maiores de perder a vida — ou a virilidade, dependendo do local e da hora de frequência.
Enfim, não seria eu a cometer a indelicadeza de dizer que o Rodrigo não sabe do que fala. Claro que sabe do que fala. Por vezes não sabe é o que diz.
Amigo Rodrigo (perdoe-me o abuso de pousar sobre a sua distinta figura a pesada albarda deste comprometedor amigo, mas um tão prolongado convívio como este que vimos mantendo confere-me a ilusão de o conhecer intimamente), agora concluo mesmo.
Ainda a propósito desse «social marialva» que o Rodrigo se ufana de ser, permita-me que encerre com um conselho, em nome desta sã amizade que acabámos de celebrar no últimos parágrafo.
Bem sei que estamos num país de brandos costumes, e que o considerável atraso que conhecemos em questões de educação constitui um grosso reposteiro que em muito concorre para encobrir e deixar impunes certos comportamentos que vemos lá fora tratados com implacável dureza.
Mas porque «nada é permanente, salvo a mudança», o melhor é o meu amigo precaver-se: não faltam por aí marialvas injustiçados. Assim de repente vêm-me à memória os nomes de Bill Cosby, Harvey Weinstein, ou Kevin Spacey…