Visitas de estudo? Não sou babysitter, sou professor! — ComRegras

Para quem não é professor, imagine levar 30 crianças/jovens enfiados num autocarro durante 1/2/3 horas… Imaginaram??? Vamos ver se imaginaram bem… Meninos, não quero ninguém de pé!!! Meninos, já disse que não quero ninguém de pé!!! Meninos… (rais parta isto), É PÁ SENTEM-SE, PONHAM O CINTO, ANTES QUE ACONTEÇA UMA DESGRAÇA!!! OU SE SENTAM OU…

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Mesmo cansado jogo, nem que seja à baliza

A verdade é que sou viciado em desporto, e com a idade a coisa está complicada. Jogo futsal à terça-feira e a quinta-feira com os colegas, e uma partida de ténis ao sábado. Ainda vou de bicicleta para a escola quando está bom tempo.

Quando me convidam para uma atividade desportiva fora da rotina, agora por vezes, digo não,  agradeço e desejo que se divirtam.

Fico a roer-me, porque gostava de ter ido, mas paciência a vida é assim, ainda estou no ativo, e só de forma disciplinada o desporto é saudável.

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Desgaste da profissão docente motiva estudo nacional

Em parceria com a FENPROF, equipa de investigadores coordenada por Raquel Varela, investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, vai fazer o maior e mais completo estudo sobre o desgaste dos profissionais docentes

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Apresentação pública no dia 31 de janeiro, quarta-feira, pelas 15:00 horas na Escola Secundária de Camões, em Lisboa

 

 

Frank Kafka

Temos um novo advogado, o Dr. Bucéfalo. Seu exterior lembra pouco o tempo em que ainda era o cavalo de batalha de Alexandre da Macedônia. Quem no entanto está familiarizado com as circunstâncias percebe alguma coisa. Assim é que, recentemente, eu mesmo vi, na escadaria do fórum, um humilde oficial de justiça admirar, com o olhar perito do pequeno frequentador contumaz das corridas de cavalos, o advogado quando este, empinando as coxas, galgava degrau por degrau o mármore que ressoava. […]

…não existe nenhum grande Alexandre. É verdade que muitos sabem matar; também não falta destreza para atingir o amigo com a lança por cima da mesa do banquete;[…]

Talvez por isso o melhor realmente seja, como Bucéfalo fez, mergulhar nos códigos da lei. Livre, sem a pressão da virilha do cavaleiro sobre os flancos, à luz da lâmpada silenciosa, distante do fragor da batalha de Alexandre, ele lê e vira as folhas dos nossos velhos livros.

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Explicação mais ou menos pormenorizada sobre a vida de um professor do 1° ciclo

texto de  Ana Rodrigues Martins

Explicação mais ou menos pormenorizada sobre a vida de um professor do 1° ciclo, para pais e outros profissionais a quem possa interessar:
Um professor do 1° ciclo é um docente generalista, ou seja, lecciona várias disciplinas. Essas disciplinas estão discriminadas na Lei e são o Português, a Matemática, o Estudo do Meio, as Expressões artísticas, a Expressão físico motora, o Apoio ao Estudo e a Oferta Complementar ( educação para a cidadania, por exemplo…). A Lei prevê ainda expressamente a duração semanal de cada uma destas disciplinas, a saber, 7 horas para as duas primeiras, 3 para cada uma das duas seguintes e mais uma hora e meia para a penúltima e uma para a última, como tempos mínimos que eu, professora do 1° ciclo, sou obrigada a leccionar.
Tudo isto consta discriminadamente do horário que os professores “primários” recebem no início do ano lectivo.
Entretanto, com o ano iniciado, vem a colega de Religião e Moral e diz-nos que vai levar os meninos cujos pais declararam querer a frequência daquela disciplina, no horário que decidiu e que por acaso coincide com a hora a que dou português. E no dia seguinte vem uma jovem esguia dizer que às terças, à hora em que dou Estudo do Meio, os meus alunos terão aula de ginástica com ela, portanto tenho que avisar que venham equipados e entrega-me uma grelha para avaliar, mais um horário e mais uns papéis que entretanto vejo vermelhos, porque quero saber quem decidiu tal coisa. Que é assim, que é um projecto da câmara em que a direcção inscreveu as escolas, porque os meninos precisam muito e a ginástica faz parte do horário, pelo que ela dá uma hora e eu darei a outra, ao que percebi sob orientação dela… E lá vai, deixando-me os papéis na mão.
Entretanto há-de vir a natação curricular, no horário que a câmara decidir, e já sei que duas vezes por semana ficarei sem o intervalo da manhã ou sem um pedaço do intervalo do almoço. Porque a direcção inscreveu as escolas no projecto. Porque os meninos precisam muito e nadar faz muito bem.
Virá mais tarde o ciclismo, no horário da aula de matemática. Foi a junta que decidiu. Porque é um projecto extraordinário e estas crianças precisam muito.
Se eu for professora do 3° ou 4° ano, tenho ainda o inglês curricular que é dado por uma colega de inglês, duas horas por semana. Enquanto ela dá a aula dela eu espero cá fora. Fico de guarda, pois a colega pode precisar de apoio, uma vez que os meninos são pequenos e no 1° ciclo não vigora a ordem de saída da sala quando se portam mal. De qualquer modo tenho mesmo que esperar para de seguida retomar a minha aula, portanto é mais sentinela menos sentinela.
Habitualmente, logo pela manhã, vem a assistente operacional, que é o nome moderno para contínua, com o relato (às vezes escrito) das ocorrências com os meus alunos na aula de enriquecimento curricular do dia anterior. Transmite ainda que o professor da  AEC quer reunir comigo, porque os meus alunos não se conseguem aturar nas aulas dele.
Antes de ir embora, ainda avisa que tenho de advertir os meus alunos para o comportamento inadequado que têm tido no refeitório pois as senhoras que lá trabalham não os conseguem aguentar.
Há-de vir de seguida a colega da Educação Especial por causa daquele aluno que vai precisar de adequações curriculares no programa que terei de fazer com ela, mas é preciso encontrar um dia conveniente pois ela tem um horário de 1100 minutos e há tardes ou dias em que não está na escola.
Entretanto à noitinha, as notícias “online” advertem que o bloco de esquerda quer língua gestual nas escolas primárias.
É altamente provável que na próxima semana apareçam mais pessoas ou entidades com mais projectos de actividades para decorrerem durante o meu horário porque os meninos precisam muito. Hoje acho que não vai aparecer mais nada porque é tarde e todos os que se preocupam com os meninos já devem estar a dormir.
É melhor eu ir também. Preciso muito, embora ninguém me tenha perguntado nada.

comentário: Na minha escola que aderiu ao plano da flexibilização curricular surgiu agora a avaliação intercalar no segundo período, o que alguns colegas consideram uma não necessidade, face à lenta evolução da performance das crianças nesta faixa etária. De referir a preocupação dos professores com segundo ano com a prova de aferição.

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As turmas “gueto” – ComRegras

Seleção de alunos? Descriminação? Não vou dizer que não existe, mas também não vou dizer que é a norma. Aliás, quem é professor sabe que nos bastidores existem pressões dos próprios para ficarem, ou melhor, para não ficarem com as turmas “x” ou “y”. Hoje em dia até existe algum cuidado na elaboração das turmas,…

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