O discurso do Presidente da República, no primeiro dia do ano!
Muito boa noite,
Portugal é onde se encontre um português. Nas nossas fronteiras físicas ou, por todo o mundo, nas nossas fronteiras espirituais. Aí vivendo ou servindo em missão nacional.
A todos saúdo e agradeço os Portugais novos que criam dia após dia.
Estranho e contraditório ano esse, que ontem terminou, e exigiu tudo de todos nós.
Estranho e contraditório ano no mundo, com tão veementes proclamações de paz e abertura económica, e tão preocupantes ameaças de tensão e protecionismo, pondo à prova a paciência e a sensatez de muitos, e, em particular, do Secretário-Geral António Guterres.
Estranho e contraditório ano na Europa, com tão claro crescimento e desejo de recuperação do tempo perdido e tão lenta capacidade de resposta e de reencontro com os europeus.
Estranho e contraditório ano, também em Portugal.
Ano povoado de reconfortantes alegrias e de profundas tristezas.[…]
Temos de converter as tragédias que vivemos em razão mobilizadora de mudança, para que não subsistam como recordação de irrecuperável fracasso.
– Temos de afirmar nesta exigente frente de luta coletiva a mesma vontade de vencer que nos fez recusar a resignação de uma economia e de uma sociedade condenadas ao atraso e à estagnação.
– Temos de superar o que de menor nos divide para afirmar o que de maior nos une.
– Temos de ser como fomos nos instantes cruciais das grandes aventuras, dos grandes riscos, das grandes catástrofes, dos grandes encontros com a nossa História.
Esta é a palavra de ordem que vem do Povo, deste Povo, do mais sofrido, do mais sacrificado, do mais abnegado.
Vem do que ele pensa, do que ele sente, do que ele faz.
É, por isso, que, mais do que nunca, acredito nos portugueses, que o mesmo é dizer, acredito em Portugal.
Um feliz ano de 2018 para todos nós!