Podíamos parar um país., mas como não somos unidos brincam connosco. Era só deixar os alunos em casa em inícios de ano letivo ou períodos escolares, por alguns dias.
Viu-se agora na última greve, sinto-me tão revoltada com o gozo que tem sido a minha carreira, com 53 anos no 6.º escalão e sem perspetivas de subir ao 7.º.
Já tive todos os cargos, coordenações, gestão, titular, de nada me valeu. O meu curso no magistério era equivalente a bacharelato, então fiz mais dois anos na universidade, todos os dias das 17h às 22h, de segunda a sexta, em pós-laboral, um sacrifício enorme. Ou seja, tenho uma licenciatura de 5 anos. Tudo isto para um dia me reformar num escalão mais alto. Fui defraudada. De nada me valeu, abençoadas as que não se chatearam com isso. Bailei sempre com a mais feia, vi as minhas colegas monodocentes reformarem-se na minha idade, vejo os outros colegas, de outros ciclos, com tardes ou dias livres. Com os monodocentes dão-nos um ano sem turma, em que os docentes que aceitam são despejados nos apoios educativos. Não obrigado!
Vejo o futuro negro e sinceramente estou farta. Decidi este ano demitir-me do cargo de coordenadora de departamento, cargo que quase sempre tenho ocupado, agora outras que o assumam, pois, a tutela nunca valorizou nem pagou devidamente a quem tem turma e ainda cargos. Chega. para mim e está na altura de distribuir a carga e deixar de ser otária para quem não merece o nosso esforço. Ganho o mesmo.
Na última greve, fiz os quatro dias, vou comer muita açorda com o enorme desconto no vencimento, mas fiz esse sacrifício e farei todas as lutas futuras. Pelo menos fico melhor com a minha consciência. Isto, se as lutas existirem, pois, os sindicatos andam brandos. Os meus colegas, na sua maioria, estão contentes com a tutela, o povo é sereno, eu é que já não vou em conversas.
Este governo tem sido uma deceção, também em matéria de educação. Espero que se reflita nas próximas eleições.
Ana Reis
Ana Reis,
Como a compreendo colega.
É triste!
Todos,mas mesmo todos, uns aldrabões.
E com a saída de grande parte dos mais velhos(fartos, já sem pachorra para estas javardices ), mesmo sendo os melhor pagos, há que nivelar por baixo.
Infelizmente é mesmo o que pretendem e por isso esta estratégia manhosa.
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49 anos, quarto escalão. A mudar, se houver vaga, em 2020.
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