
Somos EXPLORADOS pelo nosso “patrão” (Ministério da Educação) que nos paga 35 horas semanais, mas com a sobrecarga de trabalho, turmas grandes e burocracia que nos obriga a cumprir, acabamos por ter de fazer mais de 46 horas semanais. Eis um enorme conjunto de horas extraordinárias que nos ficam por pagar.
Veja-se a exploração da qual a comunicação social não fala!
Somos ENGANADOS pelo mesmo patrão com o qual assinámos um contrato para cumprimos 36 anos de serviço (32 na monodocência) e que a meio do “jogo” alterou as regras unilateralmente obrigando-nos a trabalhar cerca de mais 10 anos até perto dos 67 de idade. Um patrão que resolveu ignorar que não estamos a trabalhar com parafusos, estamos a lidar com pessoas (por vezes 30 crianças de cada vez) causando um enorme desgaste, quando se sabe que os próprios pais se veem aflitos ao ter de lidar com um ou dois filhos em casa.
ENGANADOS por uma tutela que connosco tinha assinado um contrato que compunha um estatuto de carreira o qual ignorou, criando obstáculos no acesso ao 5º e 7º escalões e roubando-nos 9 anos, 4 meses e 2 dias, por forma a que a maioria dos professores atualmente mal possa aspirar chegar sequer passar do meio da carreira.
E ainda dão tempo de antena a inúteis bem pagos para mentir em público com contrainformação enganosa para convencer as massas de que avançamos na carreira 3 vezes mais rápido do que a restante função pública!
E somos MALTRATADOS por quem nos tem governado, porque em vez de lutar pelos professores, governa contra nós, difamando-nos constantemente em público espalhando mentiras e arranjando correligionários que virem a opinião pública contra nós.
Um patrão que não negoceia – impõe;
não elogia – critica;
não recompensa – castiga;
não reconhece – ignora;
não respeita – explora;
não defende – ofende.
Não tem uma palavra de apreço pelo importantíssimo trabalho que nós fazemos; só abre a boca para nos difamar.
Um patrão que não nos vê como membros de uma equipa de trabalho conjunto em prol de uma melhor Educação e instrução da população, mas como um inimigo.
Não nos vê como uma mais-valia, mas como uma despesa a cortar.
Não nos vê de nenhuma maneira positiva a não ser como um mero número nas suas folhas de Excel.
Um patrão que odeia os seus funcionários – os professores – e instiga o resto da população a nos detestar também.
Destratados e roubados deste modo, o que esperavam eles de nós?
Empatia? Apreço?
Mexeram connosco faltando-nos ao respeito.
Exploraram-nos, enganaram-nos e maltrataram-nos e, não satisfeitos com isso, apoiam uma campanha miserável de rebaixamento dos professores.
Por isso, amanhã continuarei nesta luta com Greve às Avaliações, porque ainda me resta o mínimo de dignidade a defender.
Quem se sente ofendido como eu me sinto, que se junte a nós e faça greve também, porque a UNIÃO faz a FORÇA!
Quem alinha/está a alinhar na greve para fazemos uma força?