Eu já não ia à escola para o ano

Se estas classes querem ver reconhecida a solução que for encontrada para os professores também seria lógico que os professores gostassem de ver reconhecida a sua idade para aposentação aos 60 anos e 3 meses como a maioria dessas carreiras! in blog ArLindo

Administração Pública: Mais de 80 mil à espreita da solução dos professores

E que dizer dos monodocentes duplamente castigados pela saída de cena do regime especial de aposentação.
Regime especial de aposentação para Educadores de Infância e Professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico
A 8 de junho de 2017 ano na intervenção do 1.º ministro no debate quinzenal da Assembleia da República, relativamente à idade de reforma dos professores, António Costa admitiu a reforma antecipada para os monodocentes ao afirmar “…possa haver um conteúdo funcional distinto, em particular, relativamente àquelas situações onde há efectivamente discriminação, que tem a ver com situações de monodocência que não beneficiam de redução de horário”.
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“Treinei-me para deixar de sentir” ou quando a Escola se desumaniza

«A Escola sempre foi para mim um lugar de prazer onde me sentia mais inteira e mais eu. Onde encontrava o sentido para a vida. Na minha primeira escola, em terras africanas, descobri as outras crianças, as alegrias do recreio, as argolas, o trapézio e os baloiços. Nas carteiras da 4.ª classe, descobri o futuro que havia em mim. Logo ali disse que iria ser da História. Era a história narrativa daqueles primeiros anos que me prendia e me fascinava. Mais tarde, em Lisboa, reforcei essa vocação nas aulas de professoras que usavam métodos exclusivamente expositivos, hoje considerados ultrapassados, mas que me prendiam pela palavra. Também nos livros juvenis de ficção histórica, cuja trama me transportava para a Grécia Antiga e para as outras civilizações. […] 

Foram 38 anos. Quase todos felizes. Só nos últimos deixei de sentir a alegria de cada começo e só esperava que chegassem ao fim. O cansaço, o desgaste, a desilusão vieram substituir a adrenalina que nascia todos os anos no mês de setembro. A escola mudou. 

Primeiro foi a imposição do eduquês. Depois, a proliferação de disciplinas que só serviam para uma compartimentação desnecessária do saber e para aumentar a carga horária dos alunos e o peso das suas mochilas. Simultaneamente, assistiu-se à desautorização sistemática dos professores perante muitos atos de indisciplina dos alunos que as direções desvalorizavam e deixavam avolumar-se. Nunca cedi perante o que passou a ser politicamente correto e sempre consegui, na sala de aula, o respeito dos alunos, prendendo-os à minha palavra, envolvendo-os no trabalho e nunca admitindo comportamentos menos apropriados. Como todos os professores, tive que me adaptar às novas tecnologias da informação e, depois das primeiras tentativas frustrantes, aderi com entusiasmo vendo o benefício que delas retirava na construção de materiais pedagógicos que davam mais cor e vivacidade às aulas. 

Depois, tudo piorou. Foi o princípio do fim. Chegou uma ministra que se gabava de não ter o apoio dos professores para as reformas que desejava implementar na educação…

Ana Paula Torres

Três progressões até 2023 mesmo na Madeira é mentira

Maioria dos professores vai ter duas ou três progressões até 2023

Em resposta a questões do PÚBLICO, o Ministério das Finanças (MF) indicou que, devido sobretudo aos efeitos do descongelamento, um processo que estará concluído até 2023, “a quase totalidade dos docentes que estiveram congelados terão duas a três progressões ou atingem o topo de carreira”.

“Até 2023, a maioria dos professores não terá 3 progressões. 2 ainda é possível, para o pessoal que esteja com a passagem ao 5º toda pronta ou aos reposicionados.” PG

A maioria vai ter uma progressão…

Se Eu Fosse Sindicalista

No início da minha carreira (será que posso dizer que ainda tenho uma carreira?) havia uma moda, muito “in” que era a de começar composições em Língua Portuguesa por “Se… Se eu fosse…” Ora, relembrando esses tempos, vou fazer a minha “composição”- “Se eu fosse um Sindicalista…”

Depois de tantas negociações, de greves por fracasso das negociações, de manifestações para pressionar negociações, de faixas e cartazes, de um lado a dizer “INTRANSIGÊNCIA” e do outro a gritar “FARSA”, durante um ano inteiro e mais milhentos meses, não se aguenta o RECOMEÇO desta ladainha afantochada processual.

Se eu fosse um sindicalista, não avançava com qualquer pedido de negociação. Que viesse a Convocatória em termos aceitáveis para retomar as negociações-primeiro ponto. Impunha à partida, respeito a quem tem “gozado” desde o primeiro momento com a classe docente e que, já depois do Senhor Presidente da República ter devolvido o malfadado Decreto, que dizem “TER RESULTADO DE NEGOCIAÇÕES” não se inibiu de emitir um comunicado, que é todo ele uma nódoa, uma ofensa, uma provocação. O governo reinventa a realidade à sua maneira e afirma o que não se passou: -tal como o Decreto-Lei não resulta de negociação, a recuperação total do tempo não foi chumbada na Assembleia, os professores e educadores não iriam receber qualquer tempo de serviço a 1 de janeiro de 2019, 70% de um escalão de 10 anos (7anos) não é“equitativo” a 70% de um escalão de 4 anos (2 anos, 9 meses e 18 dias) porque só no entender deste GOVERNO malabarista, 4 é igual a 10…

Fátima Brás