Muito se tem falado ―embora nem sempre com as melhores intenções ― do envelhecimento da classe docente. Todavia, há um envelhecimento ainda mais dramático: o do ensino.
Custa imenso ver a Escola Pública a definhar ainda mais do que o seu “tão envelhecido” corpo docente. Se envelhecer é, mais do que os anos acumulados, sobretudo uma questão de degenerescência geral, então o que está a acontecer à nossa Escola Pública é puro e acelerado envelhecimento. Tudo está a amolecer, a esbater-se, a tornar-se mais indefinido, menos rigoroso, menos exigente… É uma espécie de progéria geral: deterioração dos conhecimentos, dos valores, das atitudes, das relações interpessoais…
Mais do que os professores, do que os funcionários e do que os próprios edifícios escolares, envelhece tragicamente a Escola Pública. Aquilo a que, eufemisticamente, chamamos flexibilidade não passa de flacidez, frouxidão, osteoporose e demência.
