Informação do blog ArLindo

Após algumas dúvidas que surgiram sobre os efeitos da contagem do tempo de serviço atribuído pelo governo e agora promulgado pelo Presidente da República os efeitos do benefício dos 2A9M18D apenas aplicam-se a progressões a partir do dia 1/1/2019.

Os reposicionamentos na carreira não são consideradas progressões.

Apenas os docentes que mudassem em 2019 ao 5.º escalão poderiam ter dupla mudança de escalão em 2019, todos os outros têm de passar por escalões com a duração de 4 anos e como a soma deste tempo de serviço acumulado aos 365 dias de 2019 nunca perfazem 4 anos seriam apenas os que conseguissem acumular um mestrado ou doutoramento após a sua progressão em 2019 que poderiam também ter esta dupla subida de escalão.


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QUEM QUER… CHICLETES DE BANANA? por Luís Costa

Se as professoras e os professores deste país se deixarem levar pelas larachas do PS, vão ter de namorar com este agricultor, que está na calha para ficar com a herdade do atual granjeiro dândi.

Antigo produtor de alho-porro, ficou conhecido no mercado pedagógico pela aplicação da teoria da flexibilidade absoluta à produção de banana de fabrico nacional, tornando-a ainda mais macia e maleável, própria para desdentados e comensais que não gostam de mastigar.

Caso o namoro se venha a concretizar, este ousado agricultor vai aumentar o cultivo e usar este novo produto agrícola, de flexibilidade quase ilimitada, na produção industrial de chicletes de banana, um descartável alimentar, de natureza 100% biológica, sem qualquer impacto ambiental.

“S’é isto que bos apetece, botaide no PS!”

Lamento intimista de um cidadão professor português roubado

Por Luís Braga – 11 Março, 2019 128 0

Os episódios desonestos no parlamento, sindicatos e comunicação social à volta e contra a ILC do tempo de serviço docente fizeram-me descrer da Democracia. Dos deputados, do parlamento e dos sindicatos. O impacto pessoal, na minha visão particular, do que se passou é muito profundo. Deixei de acreditar na capacidade de o sistema político e social português se regenerar sem um movimento social que ultrapasse o institucionalismo vigente. Em termos pessoais, essa visão é todo um novo horizonte de vida.

A ILC é um projeto generoso e corajoso de muitas pessoas, que muito me honra que tenham depositado em mim confiança para os representar em vários momentos.

No vídeo do que disse no parlamento creio que se vê essa desilusão pessoal e até emoção pessoal, por trás do esforço de fazer bem o papel que me atribuíram.

Uma visão de vida

Sou oriundo de uma família de professores de que sou a 4ª geração. Ao escolher a profissão, julgava que me daria estabilidade financeira suficiente e o conforto razoável de um trabalho intelectual estimulante. Não queria ser rico. Mas queria viver medianamente e com conforto. E ter uma profissão respeitada. Estou a pensar seriamente mudar de vida, no médio prazo que seja.

E quem me vir a dizer isto ainda vai estranhar: sou professor do quadro, fui diretor, estou colocado na escola da minha colocação definitiva no centro de uma cidade e estou na carreira. Tenho aquilo que tanta gente quer no grupo docente. Há quem tenha mais razões de queixa. Mas tudo é o “homem e sua circunstância”…

Sou o exemplo de alguém que sabe que tem algum talento para outras coisas (e já viveu muito bem dele) e que se fartou do que fazem à educação nacional. A imoralidade tem limites e quem a sofre placidamente partilha da imoralidade dos que a criam. O que vou fazer com estas constatações pessoais ainda medito…

O meu lauto salário e rendimentos….

Ganho 1250 euros líquidos por mês, ao fim de 23 anos de profissão (e não falemos da formação e currículo, para não ter ainda mais a sensação que andei a desperdiçar a vida). É muito mau que, quem forma jovens, acumule a desilusão de que, fazer isso (esforçar-se, estudar e formar-se), é desperdiçá-la.

Mesmo com as batotas que o Governo anda a fazer, estando agora no 3º escalão, já devia receber 1300 euros líquidos mensais desde Setembro. Só em dezembro chegaremos aí.

Com os 9 anos recuperados, ganharia, a partir do momento em que isso acontecer, 1380 euros mensais líquidos.

E os 1380 euros são sem direito a receber nada do que ficou perdido no passado. 1380 euros para futuro. Portanto a discussão dos 9 anos integrais significa para mim um aumento mensal futuro de 180 euros (que não compensa a perda de milhares durante a última década).

E aumentar-me é um problema terrível para os que enchem a boca com a necessidade de “ter os melhores professores no sistema”.

Este, que não será dos piores, daqui a pouco vai-se embora porque ganhará juízo. E não devo ser o único. Há maneiras de ganhar mais. E há muito mundo. Implica risco, mas não há que ter medo do risco.

O outro, pelo menos, não era hipócrita…. Saiam da vossa zona de conforto. E se se sair da área do desconforto?

O caso de roubo dito de forma simples

Devolver 2 anos e uns trocos, de uma perda de 9 anos, não é devolver nada.

É roubar. E quem rouba é ladrão.

E quem é ladrão não pode governar.

Raciocínio simples e direto.

Que pode ser prolongado: quem colabora com ladrões é cúmplice e isso faz dele ladrão.

Quem apoia ladrões, que governam a roubar, é tão ladrão como eles.

Tão ladrão é o que rouba como o que deixa roubar.

E quem rouba aos trabalhadores para pagar aos bancos (mesmo alegando que só empresta) é moralmente um ladrão pior.

Subi em setembro ao 3º escalão (23 anos depois de começar a carreira). Ganho menos do que ganhava há 10 anos. Por isso, objetivamente não subi coisa nenhuma. Recuei.

No meu primeiro emprego em 1992 ganhava mais (ganhava então 180 contos mensais…. o que daria hoje menos de mil euros….mas foi há quase 30 anos…). Em 1993, no ano anterior a entrar na carreira, como vendedor, ganhava o que hoje seriam 1000 euros. Só que escolhi ser professor, com os dados que tinha então….asneira.

Quando o decreto do Governo for promulgado não vou receber seja o que for. Nem em 2019, nem em 2020. Talvez em 2021, só porque tive excelente na avaliação de aulas observadas. E porque completo, então, um escalão de que já devia ter saído, algures na primeira década do século. Se não tivesse o tal excelente, era só em 2022 ( o excelente dá bónus de 1 ano).

Marcelo devia ter juízo e não fazer perguntas imorais e pouco verdadeiras

A pergunta do Presidente Marcelo sobre o queremos é de uma falta de ética atroz: não posso escolher entre nada e zero, porque é sempre zero. Querer ter o apoio eventual do PS em próximas eleições deve obrigar, mesmo assim, a mais pudor.

O decreto dos 2 anos só faz efeito para os que subam de escalão depois de ele entrar em vigor. Embora devesse já estar no 6º escalão, só daqui a 2 anos receberei o montante correspondente ao 4º escalão (2 abaixo daquele em que devia estar, que é o 6º) e, mais de uma década depois do momento em que tinha direito por lei.

Isso significa que, embora digam que vamos subir de escalão e salário, eu vou continuar a receber o mesmo nos próximos 2 anos e, comigo, a maioria do professores que, no último ano foram colocados em escalões inferiores aos que têm direito, com 10 anos de atraso.

O decreto foi desenhado assim: dizemos que sobem de salário, mas realmente não sobem.

Um roubo. E que só parece não o ser, porque nos explicamos mal. Falamos demasiado de tempo e pouco de salário.

Temos vergonha de que, para trabalhar bem, precisemos de ser bem pagos? Os professores não são mercenários, mas não têm de ser missionários. 1380 euros é assim um salário tão alto, para um profissional qualificado e experiente, senior, como agora se diz?

O ministro devia ter vergonha do que disse no fim do Conselho de Ministros. Ser roubado à traição não reforça as comunidades educativas. É tão só ladroagem.

2 anos, uns meses e uns dias contados para o próximo escalão significam zero em salário, hoje. Zero.

E a culpa é do Governo. Mas também daqueles que nos deviam defender com inteligência e zelo e andaram a brincar estes 4 anos e a gerir mal o problema. A pensar nas politiquices partidárias. Tão ladrão é o que rouba como o que deixa roubar.

Alguns deles (a maioria) desses dirigentes sindicais, que dizem representar-me, não me podem representar porque não me entendem (a mim e aos outros como eu). Realmente é fácil ver a realidade de certa forma, sentado no salário do 9º ou 10 escalão (umas centenas de euros acima daquele por que luto) em alguns casos com menos tempo efetivo de aulas dadas do que eu (que estou no 3º, recordo).

Ou não as dando de todo. Realmente nessa circunstância até pode esperar-se serenamente que uma petição tonta (quando há lei em discussão aberta por via do ILC) chegue ao seu final parlamentar só em junho. Nessa altura, passaram 18 meses desde 1 de janeiro de 2018 e eu perdi uns 2000 euros acumulados todos os meses, com as habilidades politico-sindicais e os jogos florais imorais.

Para o dia da manifestação já tenho outros compromissos.

Mas ainda que não tivesse, ninguém me apanhava lá. Estou cansado de ser figurante em jogos mentirosos. Fiz o que podia, a lutar até ao limite das minhas forças, e ninguém com ética me pode acusar de trair a classe a que pertenço.

Eu não traí, mas há quem traia e continue a poder fazê-lo, porque muitos se calam e conformam com o jogo como ele vem sendo jogado. A minha vida está feita e posso fazer sempre o que fiz: faço-a eu.

Milhares de horas de formação depois, avaliado de excelente com aulas observadas, reconhecido pelos alunos. Que mais querem para me pagarem um salário que ache justo? E mais ainda, o que me prometeram, quando em 1995 decidi escolher desperdiçar os meus talentos potenciais para outras coisas a escolher ser professor?

Porque havia uma carreira e certos direitos…..Roubaram-ma.

Querem os melhores na profissão? É isso? E que tal pagarem com o mesmo ângulo com que pagam aos “melhores gestores”.

Os meus alunos têm resultados comigo (por seu mérito, mas também porque, pelo menos, façam-me essa justiça, não os estrago…). Podem dizer-me o mesmo dos que gerem ou geriram os bancos e empresas que tanto reverenciam?

Se eu for multado na estrada que me leva à escola posso meter a multa à escola? Pois não…. Isso era roubar.

10 anos a aventar tão longe tão perto

Paulo Guinote

10 Anos a Aventar: Tão Longe, Tão Perto

2009 é um ano que me parece tão distante quanto próximo. Era um tempo já não de pioneirismo blogosférico, num espaço comunicacional que ainda não se designava como de “redes sociais”, mas em que os blogues funcionavam como campo de combate político que escapava aos limites da comunicação social tradicional. As “redes sociais” ainda não o eram verdadeiramente: o hi5 já tinha quase desaparecido, substituído pelo ainda graficamente incipiente facebook que então parecia um twitter em nascimento. Sim, já lá tínhamos muitos conta, mas aquilo não era bem um espaço de debate. Existia youtube, mas os youtubers ainda andavam a aprender a ler e a escrever mal, culpa dos professores na altura momentaneamente descongelados de uma (falhada) forma eleitoralista.

Os blogues, sim, estavam talvez no seu período áureo em Portugal, nos anos de chumbo do socratismo, directos antecessores dos anos de aço do costismo da geringonça, por isso 2009 acaba por não parecer assim tão longe.

A blogosfera, que em Portugal teve a paternidade reclamada quase em exclusivo por Pacheco Pereira, já tinha sido dividida na altura entre “boa” blogosfera (o seu Abrupto) e “má” blogosfera (o resto todo, salvo adequadas excepções que não me ocorrem). Na má blogosfera, à qual se atribuíam pecados do pior, avultava no início de 2009 um conjunto de blogues colectivos com posicionamentos políticos razoavelmente claros. Existiam mais, mas a meia dúzia que fazia escola dividia-se pelos “radicais de esquerda” (5diasArrastão), os situacionistas do socratismo (JugularCâmara Corporativa, uma das incubadoras dos “factos alternativos” entre nós) e os betos de direita (31 da ArmadaInsurgente). Quase todos desapareceram, à medida que os seus colaboradores mais destacados arranjaram lugar num gabinete governamental ou foram cooptados pela comunicação social mainstream.

A coisa era mesmo tóxica, embora a um tipo que estava de fora, há uns anos a blogar em nome individual, sem gráficos a fazer coisas giras e malta a “customizar” os templates ou a pagar domínios, parecesse que aquilo era um bocado a fingir e aquela malta, no fim, fizesse como os deputados ou os comentadores de futebol da televisão… belas jantaradas em que gozavam com quem os lia e levava a sério.

É neste contexto que surge um novo colectivo, com a enorme estranheza de não ser imediatamente possível situá-lo no esquematismo da altura. Que escrevia sobre mais do que política pura e dura e até tinha pessoal a escrever com algum sentido sobre Educação, não apenas a zurzir nos professores ou a defendê-los só porque eram contra o Sócrates. O nome e a declaração de princípios inicial era suficientemente ampla para se ter esperança na diferença deste colectivo em relação aos que dominavam o “mercado” na altura.

A verdade é que se passaram dez anos e o Aventar continua e parece-me de boa saúde numa altura que a migração para as redes sociais fez com que tudo se fragmentasse ainda mais e o debate político e troca de ideias se tenha transformado em algo ainda mais redutor e maniqueísta do que era.

2019 é o tempo das fake news, em que se acredita que eleições são ganhas ou perdidas graças a manipulações da informação, em que o big data se instalou mais para confundir do que para ajudar. Em que os bloggers de sucesso falam de moda, de roupinhas para bebés, de comida vegan, de tascas gourmet, de cosmética patrocinada. 2019 é todo um outro mundo no espaço virtual.

Desta forma, 2009 parece distante.

Mas olhamos para o país e parece tão perto. Continuamos com malta a mandar nisto tudo, mas trocámos o zeinal pelo mexia e o salgado por uns tipos que trabalhavam ou eram pagos por ele. A quadradura passou a circulatura, mas os sentados apenas me acompanharam na engorda (física). Sim, trocámos o cavaco pelo marcelo, mas se bem nos lembrarmos, ambos foram bem colaborantes com os respectivos governos socialistas nos primeiros mandatos, assinado quase tudo de cruz e vetando apenas o essencial para parecer que são outra coisa. Talvez não se lembrem, mas o cavaco também era afectuoso, até com os cagarros, como tinha sido popular com uns bolos de pastelaria. O santana que dizia que ia sair do ppd/psd foi trocado por um santana que finalmente saiu do ppd/psd. Não temos o sócrates mas temos o costa, o vieira da silva, a vieira da silva, o par cabrita/vitorino, o santos silva. Não temos aeroporto na ota, temos no montijo.

Sim pelo meio passaram a troika, o passos coelho, o relvas, o portas, o gaspar, a maria luís, o maçães, o modedas e mais uns quantos moços jeitosos em matéria de escolha de fatos discretos e camisas de marca, mail’as gravatas de seda. O Aventar sobreviveu a isso sem baixas de monta. Sim chegou a geringonça e as coisas pareciam talvez mudar, até eu quase acreditei nisso, mas o Aventar sobreviveu a tentações a que outros não sobreviveram, mantendo “a estrutura e o espírito da equipa”, mesmo se fez algumas transferências. E se calhar, embora sabendo que não, ainda por lá se acredita que é possível alterar alguma coisa com o poder da palavra.

Não sei se durará mais dez anos, por dez anos, sendo que passam depressa se olharmos as coisas de uma forma, passam muito devagar quando são vividos ao vivo, sem ceder às tais tentações. .

Eu gostava que durasse, porque eu continuarei a andar por cá e gostava de voltar a escrever-lhes a crónica abreviada dos anos 2019-2029.

O Embuste do Ministério Fantasma versus o Primeiro Ministro Desonesto – Florbela Mascarenhas

Findas as negociações entre sindicatos e Governo/ Ministério da Educação, sem qualquer resultado positivo para nós docentes, o que na verdade era já espectável, permitam-me algumas considerações.
A forma desonesta com que o Ministério da educação mediou a negociação com laivos de missão mefistofélica e ignorante foi em suma um completo Faz de Conta, reiterando uma vez mais, total desprezo e desrespeito pelos professores. 
Relembremos, pois, o percurso deste governo face à recuperação do tempo de Serviço devido aos Professores.
Em 18/11/2017, o Governo comprometeu-se a contabilizar o tempo de serviço, tempo este não negociável e reconhecido no art. 17º da Lei do OE 2019, compromisso este falacioso, nomeadamente do Primeiro Ministro António Costa que mente despudoradamente ao apresentar o nº de 600 milhões, pois além de nunca ter apresentado os cálculos que fundamentam este valor, não conseguiu dar resposta ao número apresentado pelos Docentes à AR e que não configura sequer a metade do valor referido por António Costa.
9anos 4 meses e 2 dias foi o tempo cumprido pelos Professores durante 2 longos e penosos períodos de congelamento. Ignorá-lo constitui uma ilegalidade pela violação da Lei nº 71/2018 Lei do OE , art.º. 17º.
A não recuperação seria ainda uma inexorável discriminação dos Professores do continente face aos colegas que exercem funções na Madeira e Açores, porque constituiria inegável inconstitucionalidade com base no Acórdão nº 239/2013 de 5 de Junho do TC, que considera “inconstitucionais as situações em que funcionários de maior antiguidade são ultrapassados no escalão remuneratório por funcionários de menor antiguidade”. Discriminação e total desprezo por uma classe que constitui um dos pilares fundamentais em qualquer sociedade ou Nação. 
Em 18 de novembro de 2017 o Governo aceitou “negociar nos termos da al. b) nº 5 da Declaração de Compromisso, o modelo concreto de recomposição da carreira que permitisse recuperar o tempo de serviço devido”.
Ora após ter assumido este compromisso, a resposta do governo foi apagar de forma desbragada mais de 6,5 anos de serviço dos Professores, oferecendo o irrisório e aviltante nº de 2 anos, 9 meses e 18 dias, recusando-se desde sempre a negociar sequer o prazo e modo de recuperação do tempo. 
Em conclusão o Governo agiu de má-fé oferendo umas quantas migalhas aos professores ao fingir uma negociação que foi apenas um simulacro desde o início.
Face ao exposto julgo ser chegada a hora de atuar, respondendo firmemente a um ministro da educação completamente ilusório que insiste em baixar as calças a um biltre que ocupa o cargo de primeiro ministro neste país devassado pela corrupção e compadrio!