Mário Silva num comentário no Quintal:
O preço da desvalorização já vai sendo dito pelas direções escolares:
Uma eventual nova greve às avaliações, no final do ano lectivo, É MENOS TEMIDA pelos diretores do que OS EFEITOS DO DESGASTE EMOCIONAL que mais de um ano de discussão em torno das carreiras dos docentes tem provocado na classe.
Dulce Chagas, directora do Agrupamento de Escolas de Alvalade, em Lisboa, sintetiza essa ideia. “Mais do que uma eventual greve” que possa vir a ser convocada pelos sindicatos, o que a preocupa “É A FALTA DE MOTIVAÇÃO” DOS PROFESSORES. “Precisamos de pessoas mobilizadas para lançar o próximo ano lectivo e os professores estão a ficar muito fartos disto tudo”.
Quem dirige as escolas fala de uma classe desgastada. Os professores estão “estourados e desanimados”, descreve Rosário Queirós, do Agrupamento de Escolas Clara de Resende, Porto. A crise política da última semana não ajudou o estado de espírito. Os docentes sentem que “foram usados”, diz João Jaime, director da Escola Secundária de Camões, Lisboa.
“Foram uma arma de arremesso entre os partidos”, concorda Manuel Pereira. Mas, por muito que ao longo de uma semana “toda a gente tenha falado dos professores”, “ninguém falou com os professores”, lamenta.Público
