Ano após ano a história repete-se. Seja pela reforma educativa vigente, seja pelo diretor, seja pelos encarregados de educação, seja pelo diretor de turma, ou seja pelo professor “A”, “B” ou “C”, a verdade é que as reuniões de avaliação do 3º período são as mais tensas do ano. O motivo é sempre o mesmo, a transição ou retenção dos alunos.
Se me permitem uma certa cronologia pessoal, comecei a carreira dizendo que se o aluno sabe deve passar e se o aluno não sabe deve reprovar, que a minha nota ninguém mexe e quem a quisesse mudar levaria com toda a minha fúria pois considerava uma falta de respeito para com o meu trabalho.
Após alguns anos, comecei por encarar o conselho de turma (CT) como o senhor todo sabedor e as minhas propostas não passavam disso mesmo, de propostas (aliás, é o que consta na lei). Cabia ao CT definir qual o melhor caminho para o aluno, mudando as notas que precisava de mudar, através de uma visão macro que contemplava o projeto educativo da escola, as competências adquiridas, etc.
Recentemente passei para uma nova fase, a da responsabilização do aluno, dos respetivos encarregados de educação e da sociedade em geral. A reprovação é um problema para os alunos e uma dor de cabeça para os professores, um foco de pressões e de guerras internas e externas, das quais sinceramente estou farto…
