A Caravela Portuguesa – texto XIV de Jacinto Palma Dias

A caravela é dos temas mais focados na história de Portugal mas pouco se sabe dela . Sobretudo entre aqueles que mais dela poderiam retirar um motivo de glória embora actualmente afastados do sentimento de auto-estima que ela tanto lhes oferece. Houve mesmo alguns atentados a essa aproximação. Curiosamente Quirino da Fonseca ( A caravela portuguesa e a prioridade…Lx.34 , pg 601), um homem do Estado-Novo, quando cita Garcia de Resende dá-la como residente em Lisboa, ao mesmo tempo que rasura o resto da frase em que o poeta e cronista de D.João II a menciona como também residente no Algarve. A cunhagem das moedas ícones do salazarismo, a saber, as de 2.50 e as de 5 escudos desenham uma embarcação no seu reverso mas que não é uma caravela mas sim uma nau. E quando tentaram reconstruir a caravela depois do 25 de Abril desenharam-na ao contrário. Em vez de a assistirem com muito pouca amurada ou mesmo nenhuma (tipo American Cup) como constituindo uma das suas características estruturais, como o afirmou, aliás, o padre Fernando Oliveira em 1555 no seu livro ” A arte da guerra no mar” ( reed.Lx.1969, pag 70 ) — , oferecem-lhe uma elevada parede de amurada mais própria para nela assentarem os cotovelos de jornalistas, turistas e outros que tais do que assumirem
o respeito pela arquitectura original. Também na mesma caravela Boa Esperança , geralmente fundeada em Lagos , é notória uma área de velame diminuta face à constatação de Contente Domingos que sublinha que, face a navios do mesmo porte , a caravela tinha uma superfície de velame muito superior a qualquer deles .
Tudo parece o ter sido a caravela colocada num território desidentitário ficando , assim , esvaziada do seu capital histórico .
No entanto o veneziano Cadamosto quando chega a Cabo Verde em meados do sec.XV a bordo de uma caravela , pilotada por Vicente Dias de Lagos , não esconde a sua opinião e que era a de considerar a caravela o melhor barco de todos os mares que ele conhecia , e que não eram poucos .(continua) Jacinto Palma Dias

réplica em Lagos que segundo o autor está desvirtuada da original

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Vamos Lançar Um Jogo Para O Natal “Onde Está O Ministro da Educação?” — ComRegras

Milhares de alunos sem aulas, centenas de escolas fechadas e nem uma palavra do Ministro da Educação! Está tudo bem no mundo cor-de-rosa de Tiago Rodrigues, apenas 85% dos assistentes operacionais fizeram greve, fora as críticas constantes à falta de condições das escolas, roubo aos professores, mais os Professores agredidos, funcionários agredidos e alunos agredidos.…

Vamos Lançar Um Jogo Para O Natal “Onde Está O Ministro da Educação?” — ComRegras

Sucessivas mentiras na Educação e o futuro dos nossos filhos e netos

Até quando deixaremos que nos iludam, como na fábula de O Lobo e O Cordeiro, pondo em risco, com a nossa ingenuidade, o futuro dos nossos filhos e netos? Aos professores se apontará depois o dedo acusador pelas nefastas consequências de tal propósito.

https://www.publico.pt/2019/11/27/sociedade/opiniao/sucessivas-mentiras-educacao-futuro-filhos-netos-1895355

Maria do Carmo Vieira

Os espanadores e o senso comum – Santana Castilho

1. Interpelado por Rui Rio no último debate quinzenal, António Costa meteu os pés pelas mãos no discurso, mas esclareceu as intenções: invocando argumentos não demonstrados, travestiu de progresso mais um retrocesso, qual seja o de acabar com as reprovações no ensino básico. Petulante, acusou Rui Rio de se guiar pelo “senso comum”, em lugar de seguir “decisões informadas”. O problema é que qualquer pavão que use as decisões do PS em matéria de Educação, “assentes nos estudos pedagógicos mais informados”, ficará reduzido a espanador pelo simples “senso comum”.

Na altura, António Costa exibiu a primeira página de um estudo que não leu, sobre uma matéria que nunca lhe importou. O estudo, que não diz o que ele disse que diz, é teoricamente bem construído, mas deve ser confrontado com a realidade. E a realidade mostra que as reprovações estão associadas a alunos carenciados e à falta de recursos das famílias e das escolas. Eliminá-las passa por políticas sociais que combatam as desigualdades, que não por colocar ainda mais pressão sobre professores desmotivados, mal pagos, expostos à indisciplina e à violência que grassam nas escolas e escravizados por trabalho sem sentido e normativos manicomiais.2. É enviesado o raciocínio de quantos afirmam que o “chumbo” não serve para nada. Como se o “chumbo” fosse um instrumento de ensino. O “chumbo” é apenas uma expressão classificativa, de último recurso, que introduz um limiar de exigência mínima numa escala classificativa (classificar é seriar). A taxa de reprovações em Portugal (13,6% no secundário e 5% no básico, dados de 2017/2018) tem vindo a diminuir ao longo dos anos e os resultados do nosso sistema de ensino têm vindo a melhorar nas avaliações internacionais, não sendo possível, contrariamente ao que afirmam os porta-vozes do regime, falar de consenso na produção científica sobre os malefícios das reprovações. Há matérias que requerem aprendizagens incrementais e acumulativas, sendo garantido o desastre quando se pula para um nível superior sem domínio do anterior.

3. Quando se retomou a actual polémica sobre a validade das reprovações, li e reli que a sua abolição significaria uma poupança de 250 milhões de euros por ano. É fácil perceber como os criadores da cifra a calcularam: multiplicaram o número de reprovados pelo custo médio anual por aluno. Só que as coisas não se passam assim, já que uma eventual passagem automática de todos não iria originar a redução de professores, de assistentes operacionais e técnicos e o encerramento de escolas, variáveis que determinam os custos.4. Melhor seria que, logo no primeiro ciclo, detectássemos com rigor as dificuldades de acompanhamento do currículo (fragilidades familiares, cognitivas ou de outra natureza), caracterizando o potencial de desenvolvimento de cada aluno. Isto a partir da ideia de que não deve ser o currículo que se flexibiliza, mas os apoios que se reforçam. Isto que suporia, naturalmente, a existência nas escolas de equipas multidisciplinares estáveis. Do mesmo passo, parece-me importante um debate sério e profundo sobre a eventual alteração para os sete anos da idade de entrada no ensino básico e a eventual junção dos segundo e terceiro ciclos num só.

No que toca ao secundário, com o tempo decorrido sobre o prolongamento da escolaridade obrigatória de nove para 12 anos, o país ganharia em discutir, sem preconceitos, a continuidade ou a reversão da medida (na UE só seis países têm 12 anos obrigatórios), bem assim como repensar toda a lógica organizativa e curricular da via profissionalizante.

Ao anterior acresce que as “aprendizagens essenciais” assentam na ideia equívoca de que o aluno é capaz de construir autonomamente o seu próprio conhecimento, através de “projectos” funcionais e imediatamente utilitários, desenvolvidos preferencialmente com metodologias lúdicas. Este conceito, que se foi impondo insidiosamente, vem originando uma organização avulsa e destruturada do currículo nacional. A ênfase dada às competências vem negligenciando o conhecimento, quando o conhecimento é nuclear para qualquer tipo de desempenho. Por outro lado, a interpretação que alguns fazem da autonomia curricular põe em perigo a garantia de que um conhecimento principal e nacional seja proporcionado a todos os estudantes, de modo equitativo e universal.

Fonte: Publico

Caravela Portuguesa -Texto XIII de Jacinto Palma Dias

A necessidade faz o engenho. Estando-lhe proibido o Norte o Algarve vira-se para Levante. É a caravela a tomar esse rumo.
“Ora, observando a terminologia naval portuguesa anterior a 1460, analisada por Maria Alexandra Tavares Carbonell Pico concluímos que entre 1434 e 1450, um arco cronológico envolvendo a crise de 36/46, todas as referências à caravela aparecem num contexto de actividade piscatória. Mas é precisamente com esse arco cronológico que coincide a maior intensidade do corso no século XV: ”entre 1430 e 1450, o corso (português) tomou tais proporções que (…) chegou até a não respeitar a navegação comercial portuguesa”. Será a caravela a interpretar esta ambiguidade: ela é simultâneamente o melhor barco de pesca e transporte e também o melhor barco de corso. Colocada dentro de uma tenaz, de um lado o sedutor proveito dos bons preços e do outro a dificuldade em transportar o pescado e o figo ou o cereal no retorno sem ser incomodado pelos piratas, a solução do impasse será de ordem técnica, concentrada no aperfeiçoamento das embarcações, mas já com desígnios específicos como será o caso do aparecimento da coberta, muito importante para o transporte seja do figo seja dos cereais ou do pescado e que na altura se chamava “tilhado”, equipamento já detectado em caravelas da campanha de Lançarote de Lagos em 44/45. Essa evolução morfológica deverá ter obtido os seus acabamentos quando a tenaz se apertou em 38/39/40, cúmulo da crise sobretudo nos primeiros dois anos, licença de porte de armas no terceiro. Funcionava então em pleno o teorema de Braudel, segundo o qual nos momentos de altas de preços, e o cereal é ouro em /38/39, a tendência é para se multiplicarem os navios pequenos, como era a caravela. Aperfeiçoamento e multiplicação das embarcações é o que deve ter acontecido em 38/39, já armadas em 40, de modo a que – subitamente – quando a carência se atenua nos anos 42/43 e os preços baixam, surge um superavit de embarcações desocupadas produzindo visualmente o efeito de cogumelo na cidade de Lagos (51 caravelas!) vendo-se obrigadas sob a liderança de Lançarote a fazer corso nas costas de África em nítida acção de reconversão de actividade. E claro, descobrindo novas terras.” (in “A Caravela Portuguesa” a publicar brevemente). Jacinto Palma Dias

https://duilios.wordpress.com/2019/12/16/texto-xv-de-jacinto-palma-dias/

Eis As Disciplinas Que Serão Mais Afetadas Pela Falta De Professores — ComRegras

 Educação Pré-Escolar (73%); no 2º CEB – Português e Estudos Sociais/História (80%), Português e Francês (67%) e Matemática e Ciências Naturais (62%); no 3º CEB e ensino secundário – Educação Tecnológica (96%), Economia e Contabilidade (86%), Filosofia (71%), História (68%) e Geografia (66%).”

comentário A solução poderá passar pela reforma do sistema educativo com monodocentes até ao 6°ano.

A previsão do Conselho Nacional de Educação é que até 2030, mais de metade dos professores estarão reformados. Não existe renovação possível para um tão curto espaço de tempo, mesmo tendo em conta o número de professores contratados existentes. A falta de professores será uma realidade e um problema muito sério para a Escola Pública…

Eis As Disciplinas Que Serão Mais Afetadas Pela Falta De Professores — ComRegras

Quem Ainda Consegue Ter Alma De Professor? — ComRegras

«A minha profissão está a perder alma. A escola está a perder alma. Eu estou a perder alma. Cada novo diploma legal (e são tantos) acrescenta mais um tanto de burocracia à profissão, com o argumento do rigor. Escolhi a minha profissão. Escolhi ser professora. E escolhi assim porque encontrei alma nesta profissão, na relação…

Quem Ainda Consegue Ter Alma De Professor? — ComRegras