Os percursos diretos, uma nova forma de acompanhar o desempenho das escolas, sendo uma alternativa aos rankings baseados em notas dos exames, é mais um fator que tem vindo a alterar o rigor que era apanágio do ensino público. Agora há menos controlo sobre o processo de construção das PAP, abrindo-se as portas à fraude, os exames de recuperação de módulos passam a ser facilitados e com grau de dificuldade menor que na avaliação durante o período de lecionação, criando-se a expetativa de que se um aluno não conseguir durante as aulas fazer um módulo deixa para exame que é mais fácil. Nos cursos de prosseguimento de estudos a lógica dos percursos diretos também aumentou as notas votadas.
Cada vez que se cria um instrumento para avaliar as escolas os atores subvertem-no e usam-no a seu favor, pouco preocupados se há incentivo ao facilitismo desde que fiquem bem na fotografia.
Rui Ferreira
