“É costume falar da influência muçulmana como determinante para o desenho do perfil cultural e paisagístico do Algarve. Nada mais errado, porque muitas das vezes até aconteceu o contrário. Orlando Ribeiro, que sobre o Algarve apenas se enterneceu pelo geo-clima e menos pelas pessoas, sublinhou, no entanto, que a mancha geográfica atualmente preenchida por Portugal foi sempre periférica face aos grandes núcleos irradiadores de cultura na península, seja sob o império ou nas mãos do califado…vejamos a denominação dos portos do Algarve, que tão importantes foram para a sua exportadora economia. Na época romana todos eles têm étimo indígena. Lacobriga (ex-celta, Lagos) Ossonoba (Faro) Balsa (Tavira) Baesuris (Castro Marim). Sob o domínio árabe apenas há a acrescentar a iemenita Xelb (Silves).
Jacinto Palma Dias
