Carlos Grosso escreve sobre as inspecções pedagógicas às escolas, cada vez mais formatadas pelo guião neo-eduquês que o ME adoptou como pedagogia do regime. E a verdade é que a pedagogia de João Costa e dos seus sequazes é muito fraquinha: resume-se a redução e simplificação dos conteúdos. Incapaz de conceber seja o que for que possa contribuir para mais e melhores aprendizagens – e…
“Só o futuro importa”, assim terminava o último texto que publicámos de Jacinto Palma Dias aqui. Ele referia-se ao áureo ano de 1917 que assistia a uma movida imparável no Algarve: revolução industrial e produção artística. Vamos ver como prossegue:” 1917, não se trata da primeira gravação de música de jazz nos Estados Unidos nem do ballet “Parade ” assinado por Erik Satie, Cocteau e Picasso em Paris. Sim, 1917. Lyster Franco lança a segunda edição de “O Heraldo”, agora em Faro, e nele começam a escrever os Pessoas e os Sá Carneiros. 1917, é nesse ano que parte de Faro em direção a Lisboa o pintor Carlos Porfírio, com a intenção de financiar e editar a revista “Portugal Futurista”, uma iniciativa em que ninguém acreditava nem nela metia um chavo. Porfírio acreditou e dos dois pontos de venda nela indicados, um situava se em Lisboa (Rua do Ouro) e o segundo no Quiosque Tabacaria Havaneza, situado em Faro e propriedade de Tavares Belo.1917, a revista “Portugal Futurista” inclui a hipotética primeira aparição de Álvaro de Campos, como heterónimo de Fernando Pessoa. Sobre esta novidade dirá Nuno Júdice, ao referir se ao facto de Pessoa ter declarado Tavira como local de nascimento de Álvaro de Campos, que Lyster Franco entendia essa localização como ” uma implícita homenagem de Pessoa à província que melhor acolheu a ideia futurista.”(1) Jacinto Palma Dias Algarve Manifesto.Pág.51
(1)- Nuno Júdice – Portugal Futurista – Lisboa, 1981