COISAS QUE OS PROFESSORES TÊM PERDIDO

  • Com a redução do tempo de serviço os professores mais velhos iam para casa com essas horas de redução. Agora, mesmo aos 60 anos de idade ou mais, muitos com mais dificuldade em preparar as aulas, por vezes com três níveis de Ensino, e com mais dificuldade em ler os testes, em vez de terem realmente essas horas de redução, têm de ficar na mesma na Escola, aguentando nessa idade o ambiente stressante dos adolescentes.
  • As reduções letivas por idade começavam as 40 anos, agora só começam aos 50 anos
  • Os professores tinham direito a 5 dias para formação, e portanto podiam ir a congressos e a conferências, sem terem de descontar esses dias nos dias de férias
  • Havia 10 dias por ano para faltar ao abrigo das férias (artigo 102)
  • Não se descontava 3 dias de salário, nos 3 primeiros dias de atestado médico
  • Os professores do Ensino Secundário tinham mais 2 horas semanais, no seu horário, para prepararem as aulas e corrigirem os testes. Não é a mesma coisa preparar as aulas e corrigir os testes de alunos do 4º, 5º. ano, e preparar e corrigir os testes dos alunos do 12º. e 11º. ano, pois requer muito mais tempo.
  • Os professores tinham dois dias sem atividades na Escola, que lhes eram concedidos para elaborarem as provas de exame e de equivalência à frequência
  • A correção das provas de exame era paga (esse pagamento, embora não fosse muito, era acrescentado ao salário mensal do professor)
  • Os professores classificadores de exames podiam ir de férias no início de Agosto, pois os exames não se prolongavam tanto até ao final de Julho.
  • Dantes, se o professor tivesse sido assíduo, e lecionado o programa conforme lhe competia, de tantos em tantos anos ia progredindo na carreira. Agora, para se progredir na carreira é obrigatório fazer ações de formação (e pagá-las)
  • Quando as formações de professores eram à noite, davam direito a subsídio de jantar no dia da formação
  • Dantes havia ano sabático, isto é, de tantos em tantos anos os professores que quisessem podiam fazer uma interrupção de dar aulas, para uma atividade cultural ou humanitária, ou para uma investigação, e esse ano era-lhes pago pelo próprio Ministério
  • Dantes havia equiparação a bolseiro, isto é, os professores podiam concorrer a bolsas do Ministério, para fazerem uma investigação, uma formação de um ano (por exemplo o Mestrado), e esse ano era-lhes pago pelo próprio Ministério
  • Quem estivesse em substituição, se estivesse ainda a trabalhar dia 31 de Maio, tinha direito a ficar até ao final do ano letivo, isto é, 31 de Agosto.
  • Quem tivesse tido um contrato até 31 de Agosto e fosse colocado até 31 de Dezembro, tinha direito a ter contado o tempo de serviço entre o fim do contrato anterior e o início do contrato seguinte
  • Quem entrava em QZP, no ano seguinte ficava em quadro de Escola. Agora fica-se vários anos em QZP.
  • Os professores do 1º. ciclo e os educadores de infância iam para a reforma 4 ou 5 anos mais cedo porque o seu horário é maior e essa diferença era reposta no final da carreira.
  • As horas não letivas eram efetivamente não letivas, e como tal, sem alunos
  • As aulas de substituição eram pagas como horas extraordinárias
  • Os professores de educação especial recebiam um subsídio de especialização, mensalmente. Agora não.
  • Dantes as horas para coordenar um projeto eram descontadas no horário letivo, agora são acrescidas
  • Nas saídas do Desporto Escolar os professores tinham direito a um lanche da manhã, assim como todos os alunos envolvidos
  • Nas Escolas onde há aulas de noite, o trabalho noturno começava às 19 h, e por cada hora de trabalho pagava-se mais a partir do momento em que se começava a trabalhar às 19 h. Agora só consideram trabalho noturno a partir das 22 h
  • A idade para a aposentação era mais cedo do que atualmente. Os professores dos 2º.,3º. ciclos e Secundário aposentavam se com 58 anos de idade e 36 anos de serviço. Agora trabalham mais de 42 anos
  • Dantes, devido ao desgaste desta profissão, os professores mal atingissem os 40 anos de serviço podiam reformar-se sem penalização independente da idade
  • Antigamente havia pré-reforma para quem atingisse os 60 anos de idade
  • Os professores dantes tinham a Caixa Geral de Aposentações, agora progressivamente vão passar a ter a Segurança Social, vindo a sofrer mais cortes nos subsídios por doença
  • Dantes havia mais possibilidade de deslocação e melhores condições para os professores em mobilidade por doença
  • Os professores contratados mesmo com horários incompletos, e que iam às Escolas todos os dias da semana, descontavam o proporcional a 30 dias para a segurança social, agora só alguns dias lhes são contados como descontos.
  • Não havia professores a avaliar os próprios colegas, professores esses muitas vezes com menos habilitações e com menos anos de serviço do que os colegas que eles avaliam
  • Não havia quotas para se progredir na carreira, como agora há nos 4º. e no 6º. escalão
  • Todos os professores que não tivessem faltado, atingiam o topo da carreira, enquanto hoje só uma minoria o atinge
  • Dantes os professores não tinham de justificar e explicar porque davam mais de 50% de classificações negativas
  • Dantes não se desconfiava da palavra dos professores
  • Dantes os professores tinham muito mais autoridade
  • Dantes os professores reforçavam mais a palavra dos colegas e colaboravam mais mutuamente em prol do respeito pelos professores
  • Dantes não havia tantas reuniões
  • Dantes não havia tanta burocracia e tantas grelhas para preencher
E deve haver mais!
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Estás Quase Com Uns Patins Virados Para A Porta Da Rua…

…O ..que não adianta mesmo nada são provas de aferição feitas só para fingir que não sei quê. A começar pelas do 2º ano, verdadeiro atentado à inteligência. Devem existir por causa de alguma “investigação” tipo-isczé.

O Meu Quintal

Expresso, 17 de Junho de 2022

A parte ridícula de toda esta discussão é ter um governante a dizer que os exames fomentam as desigualdades, porque há quem recorra a explicadores para os preparar, mas aparentemente a acreditar que para fazer provas de acesso feitas pelas próprias Universidades (em especial as mais “diferenciadas”) não usam esse recurso. Ou que apenas as notas do Secundário podem servir, mais uns “passaportes” com actividades “extracurriculares”, de preferência em regime de voluntariado, calçanito ou sainha pelo joelho e soquetes.

Quanto ao pessoal que é ideológica e visceralmente anti-exames, é das tais coisas, posso discutir as coisas de forma racional, mas não consigo ir contra a Fé de crentes dogmáticos. Porque é impossível explicar-lhes que sem uma regulação externa, isto fica entregue à bicharada, seja dos bem-intencionados pacholas, seja dos liberais espertalhões. O que não adianta mesmo nada são provas de aferição feitas só…

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