Josefa Marques lutava contra um cancro era professora de 1.º ciclo

Josefa Marques lutava contra um cancro há seis anos e faleceu há uma semana. Era professora de 1.º ciclo e, este ano, foi uma entre 2876 docentes a quem foi reconhecida uma doença incapacitante mas que não conseguiu colocação perto de casa. Sindicato de professores responsabiliza moralmente o ministro in jn

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Professores do 1°ciclo e Educadores vão em protesto contra discriminação laboral a 5 de Outubro em Lisboa (Praça do Município 11.30)

Imagem de uma manifestação no Porto com o mesmo objectivo!

Luís Osório no facebook

Fernando Santos: por mim já chegava

1. Fernando Santos ficará para sempre na história do futebol português e no imaginário coletivo – aconteça o que acontecer – e muito tem acontecido – ninguém apagará a conquista do Campeonato da Europa e até a primeira Liga das Nações.

O homem ganhou e ninguém ganhara antes dele. Em 2014, a seleção nacional passava por uma crise existencial e Fernando Santos, com a sua bonomia, tranquilidade e bom-senso ofereceu estabilidade e tudo passou a correr melhor.

2. Passaram oito anos. Uma eternidade num tempo feito de superfície, feito da ditadura do aqui e agora.

Portugal perdeu ontem com a Espanha.

Precisava apenas de um empate para ir à fase final da Liga das Nações.

Acontecera o mesmo num jogo com a Sérvia em que necessitávamos de um empate para ser apurados diretamente para o Mundial e acabámos por perder em casa – fomos depois apurados numa última oportunidade de repescagem.

O mesmo sucedera na penúltima Liga das Nações num jogo com a França. Precisávamos de um empate em casa e perdemos.

Tudo em pouco mais de um ano.

Como perdemos ingloriamente com o Uruguai no Mundial e com a Bélgica no Europeu.

3. Fernando Santos até pode ganhar o Campeonato Mundial no Qatar.

Portugal tem uma seleção com alguns dos melhores jogadores do mundo – tudo pode sempre acontecer.

Além do mais, o nosso selecionador tem contactos privilegiados com a transcendência – quem sabe se Deus mais os anjos que envia nos pode oferecer mais um motivo para N’ele acreditarmos?

Longe de mim desvalorizar a força da fé.

Repito então: Fernando Santos até pode ganhar o próximo Mundial de futebol no Qatar.

Mas não é o selecionador que Portugal precisa. Não é a pessoa certa no lugar certo.

Porque um selecionador é mais do que a sua competência ou sorte – não discuto uma nem a outra, quem sou eu para me meter em territórios que não conheço ou domino?

4. Mas um selecionador é a imagem do país que pretendemos ser. E Fernando Santos, pelo que é, pelo que aparenta no banco e nas conferências de imprensa, pelas escolhas que faz e pelo cansaço acumulado é hoje mais um problema do que uma solução.

4. A imagem de Portugal não pode estar ligada a um selecionador que nos cola ao passado.

A imagem de um homem que leva um terço no bolso não é boa para um país que se deseja moderno, global e ambicioso.

Ver Fernando Santos no banco é uma inquietação. Não sorri e parece ter o peso do mundo aos ombros. Nada nele é vida e convicção de vitória, tudo parece ser pressão, inquietação e medo de perder.

Ver Fernando Santos a gerir os jogadores que tem à disposição dá sempre a impressão de que não tem unhas para aquela viola. O selecionador tem um grupo de gente com vontade, talento e ganas de conquistar o mundo, mas a sua preocupação é sempre a de pôr travões, a de ter cautela, a de cortar as asas ao sonho.

Ver Fernando Santos com os seus adjuntos a conversar antes de fazer uma substituição oferece-nos a imagem de um país um bocadinho provinciano, um bocadinho temeroso, um bocadinho de um outro tempo.

Os seus adjuntos são o reflexo de si próprio.

Não há ali ninguém que eu possa dizer: olha, aquele adjunto corporiza uma ideia de confiança e de força.

5. Fernando Santos irá ao mundial e todos os dias lá estarei de camisola vestida.

E se formos campeões do mundo chorarei baba e ranho.

Mas não anula o que penso sobre a vida em todas as suas dimensões.

Fernando Santos não é a imagem do Portugal que desejo.

Um Portugal feito de confiança, de convicção no talento, de ausência de medo de ganhar e de cosmopolitismo também.

Sou grato ao nosso selecionador, mas por mim já chegava.

concordo 100% com esta visão!