Se esta solução (do faseamento em três parcelas) é “melhor” do que a anterior, porque só surgiu ao discutirem as outras carreiras especiais e não ficou logo prevista no decreto dos professores?
Acho que por teimosia e porque, ao chocarem com outros grupos melhor preparados para uma guerra jurídica, decidiram que, afinal, permitir ultrapassagens à descarada era capaz de dar mesmo mau resultado.
Só que… a solução é manhosa, em especial ao criar o mecanismo de “opção” entre fasear a recuperação do tempo ou guardá-la toda para o fim. E ao dar o prazo de 31 de Maio para accionar a tal “opção”.
Porquê?
Porque a verdade é que o faseamento “mitiga” as possibilidades de ultrapassagem e muita gente tenderá a ir ao engodo do que está a ser “oferecido” e, de forma indirecta, poderá estar a legitimar a solução encontrada. Porque quem vai dizer que quer já os 11 meses a meio de 2019, está implicitamente a aceitar a “bonificação” governamental e acreditem que isso será usado em termos políticos logo em Junho. E o governo dirá aos que forem ultrapassados que só o foram porque “optaram” por sê-lo.
Para ser vagamente “justa” (e este termo anda a ser violado de todas as formas e com uma frequência assustadora), a solução deveria contemplar a recuperação do tempo para todos os docentes ao mesmo tempo. Só assim se afastariam as hipóteses de ultrapassagens e, mesmo sendo uma porcaria, daria uma aparência de decência.
Mas não.
O faseamento é um truque “técnico” para apanhar as moscas na teia e contra-atacar politicamente. Não vê quem não quer ou quem já se deixa enrolar por umas dezenas de euros.
Ainda Sobre A Hipocrisia Do Faseamento — O Meu Quintal