– Faz de conta que todos os alunos das escolas portuguesas têm comida em casa, dinheiro para livros e outros materiais necessários, cuidados médicos adequados e que chegam à escola todos dias muito felizes e contentes, muito agradecidos por poderem estudar num país que lhes proporcionará um futuro brilhante e cheio de sucesso…
– Faz de conta que todos os pais/encarregados de educação se preocupam com os seus filhos/educandos, que não negligenciam nenhum aspecto relativo aos seus dependentes e que incentivam o desempenho escolar dos mesmos… Faz de conta que todos os pais/encarregados de educação têm condições sócio-culturais adequadas e consonantes com as exigências do contexto escolar…
– Faz de conta que todas as escolas portuguesas estão devidamente apetrechadas com os meios tecnológicos necessários e que todas têm condições físicas para proporcionar bem-estar, de acordo com as condições climatéricas dos vários meses do ano… Faz de conta que todas as escolas portuguesas têm WC que cumprem os princípios de higiene e que os respectivos refeitórios servem refeições equilibradas em termos de qualidade e de quantidade…
– Faz de conta que a classe docente portuguesa se encontra muito satisfeita, não só do ponto de vista psicopedagógico mas também do ponto de vista sócio-político, com expectativas muito positivas face à respectiva carreira profissional… Faz de conta que os docentes se sentem realizados e valorizados profissionalmente e que o seu trabalho é reconhecido…
– Faz de conta que todas as escolas portuguesas têm um ambiente facilitador das relações interpessoais e que estimulam o trabalho cooperativo, a troca de experiências, a discussão saudável e construtiva… Faz de conta que a opinião de todos conta e que é tida em consideração…
– Faz de conta que as escolas portuguesas são democráticas, havendo respeito e consideração por cada um e que todos contribuem, na medida das suas possibilidades, para definir e alcançar desígnios comuns… Faz de conta que os directores das escolas portuguesas fomentam a convivência democrática e que não impõem procedimentos e medidas sem previamente auscultar a sua comunidade educativa… Faz de conta que os directores das escolas portuguesas não ignoram o estado de exaustão em que se encontra a maioria dos profissionais da sua comunidade educativa…
– Faz de conta que o Ministério da Educação conhece bem a realidade das escolas que tutela e que fornece orientações que visam a simplificação e diminuição de procedimentos burocráticos e que estabelece metas exequíveis e adequadas à realidade e ao contexto sócio-cultural dos alunos portugueses…
Será que o Ministro acredita que vive num país assim???
