Quanto custa descongelar a carreira de 100 mil professores? – Portugal – SÁBADO
Assembleia da República vai discutir esta terça-feira quatro projetos que propõem alterar o decreto do Governo sobre o descongelamentos de carreiras.
A resposta à pergunta que está no título depende – mesmo – de quem faz as contas. Para o Governo, se compensasse na totalidade os cerca de 100 mil professores pelos 9 anos, quatro meses e dois dias em que as progressões na carreira estiveram congeladas, teria “um aumento permanente da despesa de 600 milhões de euros por ano”. Mas esse valor é agora contestado por um grupo de “30 a 40 docentes, de todo o País e sem ligações partidárias” (entre eles está Paulo Guinote, autor do blogue já desativado A Educação do Meu Umbigo), que calculou em pouco menos de metade (320,3 milhões de euros) a despesa que o Estado teria.
São, portanto, cerca de 280 milhões que separam os professores do Governo. E ainda um enorme detalhe: o método. Segundo confirmou a SÁBADO junto do Ministério das Finanças, o Governo usou valores brutos para os seus cálculos. Já os professores recorreram à soma dos valores líquidos com o que é descontado para a Caixa Geral de Aposentações. “Ao não referir que desse valor da despesa ilíquida existe um valor que fica automaticamente retido na fonte (nos cofres do Estado) o Governo omite a efetiva despesa do Estado”, crítica à SÁBADO Maurício Brito.
